Mesas-redondas
08 de novembro de 2022 (terça-feira)
8h às 10h – Mesas-redondas – online: acesse a PLATAFORMA DO CIDS.
Mesa 1: Por uma pesquisa plural: uma homenagem a Dinah Callou – 08/11/2022
Universidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq
Coordenadora
Universidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq
Valéria Neto de Oliveira Monaretto
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo: Focalizam-se temas relacionados a estudos realizados por Dinah Callou em seu longo, produtivo e diversificado percurso acadêmico. Primeiramente, apresentam-se, com base na fala fluminense, resultados de análises sobre concordância que evidenciam a complexidade sociolinguístico-cultural que caracteriza o Português do Brasil no que se refere ao continuum ruralDurbano, o que remete à atuação da homenageada, de início, como principal colaboradora do APFB e, mais tarde, como coordenadora dos projetos NURC-RJ e PHPB-RJ. Em seguida, retomando propostas de análise fonológica e com base no desenvolvimento histórico e na distribuição de variantes de R, propõe-se uma análise fonológica em favor de uma única unidade subjacente, o que se vincula aos inúmeros estudos sobre os róticos realizados por Dinah Callou desde que tratou do tema em sua tese de doutoramento (1979). Por fim, apresentam-se algumas considerações acerca do fenômeno da focalização no âmbito da prosódia, outra das áreas de interesse da pesquisadora.
Mesa 2: Linguística indígena e a questão da variação – 08/11/2022
Universidade Federal de Mato Grosso
Coordenador
Universidade Federal da Grande Dourados
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Resumo: A mesa Linguística indígena e a questão da variação, em linhas gerais, trará reflexões sobre pesquisas que atuam diretamente na questão relacionada à variação e mudança linguística, bem como políticas linguísticas que envolvam às línguas minorizadas. Os estudos abrangem os diferentes níveis de estudos gramaticais destas línguas, como também diferentes abordagens teóricas. Dessa forma, esta mesa se propõe apresentar uma reflexão abrangente voltado aos estudos tanto empíricos quanto teóricos das línguas indígenas brasileiras, particularmente, do Mato Grosso do Sul e as de sinais indígenas brasileiras.
Mesa 3: Dialetologia pluridimensional e contatual – 08/11/2022
Carla Regina de Souza Figueiredo
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Coordenadora
Universidade de Augsburgo
Universidade Federal da Fronteira Sul
Resumo: A presente mesa trará, a partir de resultados de pesquisas realizadas e em desenvolvimento, o princípio da pluridimensionalidade da análise da variação linguística, que busca combinar a dimensão diatópica com as dimensões sociais, de modo a revelar os mecanismos e variáveis que atuam no processo de “assentamento” e “delimitação” de algumas variedades linguísticas em detrimento de outras em áreas caracterizadas por contatos linguísticos de toda ordem. Para tanto, serão elencadas questões teórico-metodológicas acerca do modo como se apreendem e se relacionam fatores como as correntes (i)migratórias, os processos de ocupação e de povoamento de uma localidade aos comportamentos linguísticos investigados.
Mesa 4: Português como língua de acolhimento: possíveis diálogos – 08/11/2022
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Coordenador
Universidade de Brasília
Universidade da Beira Interior/Portugal
Resumo: Esta mesa-redonda tem por objetivo oferecer um espaço para discussão sobre o ensino e aprendizagem da língua portuguesa a falantes de outras línguas, como língua de acolhimento. Ao levar em consideração o contexto multicultural e complexo no qual o referido processo está inserido, entendemos que esta mesa-redonda possa se debruçar acerca dos desafios enfrentados por pesquisadores, professores, gestores e alunos sobre a apropriação de uma nova língua-cultura como espaço privilegiado para o reconhecimento da diversidade linguístico-cultural de migrantes internacionais, refugiados, apátridas e outros públicos. Ao refletirmos sobre as especificidades características a essas situações de ensino e de aprendizagem, conceitos como os de representações sociais, multiculturalismo, diversidade linguístico-cultural e estratégias de aprendizagem passam a ser questionados.
Mesa 5: Gramática, variação e ensino de Língua Portuguesa – 08/11/2022
Universidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq
Coordenadora
Eloisa Nascimento Silva Pilati
Universidade de Brasília
Universidade Federal de Ouro Preto/CNPq
Resumo: A presente mesa versa sobre o tratamento de temas gramaticais, sobretudo fenômenos variáveis, no contexto do ensino de Língua Portuguesa. Três aspectos fundamentais serão abordados nos trabalhos apresentados e debatidos: (i) a concepção dos professores de língua materna sobre “linguagem, ensino, gramática e variação”; (ii) as bases conceituais relativas ao ensino de gramática – tomada como sistema gerativo – para o tratamento de fenômenos em variação, como, por exemplo, a concordância verbal; e (iii) a proposição de orientações normativas escolares considerando fenômenos morfossintáticos no continuum fala-escrita, em uma diversidade de gêneros textuais jornalísticos ou acadêmicos.
09 de novembro de 2022 (quarta-feira)
8h às 10h – Mesas-redondas – online: acesse à PLATAFORMA DO CIDS.
Mesa 6: Muito mais de meio século de João Saramago – 09/11/2022
Universidade de Lisboa
Coordenador
Universidade Estadual de Londrina
Universidade de Lisboa
Resumo: A mesa-redonda explora o contributo de João Saramago para os estudos dialetológicos do português a partir de dois planos de observação: a) discussão de resultados de trabalhos por ele efetuados, b) à luz de estudos em curso. Esse duplo âmbito de causas e consequências permite-nos proceder à devida ligação entre o papel marcante do autor na dialetologia do português de ambos os lados do Atlântico ao longo de meio século e o que se estuda hoje sobre o tema. Resultam evidentes as pegadas de Saramago na dialetologia presente e futura do português, o que é uma das justas homenagens que se lhe podem prestar.
Mesa 7: Atlas Linguístico do Brasil: estudos lexicais – 09/11/2022
Conceição de Maria de Araújo Ramos
Universidade Federal do Maranhão
Coordenadora
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal da Paraíba
José de Ribamar Mendes Bezerra
Universidade Federal do Maranhão
Resumo: Essa mesa-redonda reúne alguns estudos sobre a variação lexical do português falado no Brasil com base em dados obtidos pelos pesquisadores do Atlas Linguísticos do Brasil – ALiB. Parte-se da ideia de que o estudo do léxico possibilita ampliar o conhecimento das diversas realidades linguístico-culturais que compõem a unidade sistêmica do português brasileiro, visto que esse componente da língua constitui um espaço privilegiado do processo de produção, acumulação, reiteração, transformação dos sistemas de valores, visão de mundo, ideologia e práticas sociais/culturais de uma comunidade, renovando-se e adaptando-se, portanto, constantemente às novas necessidades e circunstâncias.
Mesa 8: Dialetologia e interfaces: prosódia, ensino e redes sociais – 09/11/2022
Universidade Estadual de Feira de Santana/Universidade Federal da Bahia
Coordenadora
Alba Valéria Tinoco Alves da Silva
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal da Bahia
Resumo: Esta mesa trata da interface da Dialetologia com os estudos prosódicos, o ensino de Língua Portuguesa e a Ciência da Computação. O trabalho de Cláudia Cunha é uma descrição prosódica do português brasileiro, a partir de estudos desenvolvidos no âmbito do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), tendo como base teórica a fonologia prosódica e a fonologia entoacional e como metodologia a fonética experimental. O trabalho de Alba Silva traz resultados de pesquisa aplicada sobre a abordagem do léxico em livros didáticos de Língua Portuguesa, trazendo propostas didáticas para a conscientização da variação lexical no ensino fundamental a partir de dados do ALiB, visando ao respeito à diversidade do português brasileiro. O trabalho de Josane Oliveira e Daniela Claro traz resultados de pesquisa sobre a vitalidade de termos documentados pelo ALiB e pelo Atlas Linguístico da Galícia (ALGa) na rede social Twitter, com mais de dez milhões de usuários ativos, considerando o lapso de tempo entre a realização dos inquéritos para os atlas e a disseminação das redes sociais.
Mesa 9: Fraseologia e variação – 09/11/2022
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Coordenadora
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Université Sorbonne Paris Nord
Pierre-André Buvet
Université Sorbonne Paris Nord
Resumo:
Partindo da concepção ampla de Fraseologia, área de investigação que tem como objeto de estudo as combinações fixas de unidades lexicais de natureza diversa, como locuções, colocações, enunciados fraseológicos, dentre outras unidades linguísticas, esta mesa discute resultados de pesquisa realizadas ou em desenvolvimento acerca de questões relacionadas à variação fraseológica. Serão discutidos, basicamente, dados de língua oral extraídos do corpus do Projeto ALiB e de fontes diversas, tentando estabelecer um diálogo com a fraseologia de língua francesa.
Mesa 10: Línguas em contato e suas implicações linguísticas – 09/11/2022
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Coordenadora
Universidade do Estado de Mato Grosso
Universidade Federal da Fronteira Sul
Resumo: O contato entre línguas é um fenômeno comum que integra a história social da maioria das comunidades linguísticas do mundo, haja vista que a delimitação de fronteiras nacionais de um país dificilmente coincidirá com as fronteiras linguísticas. O Brasil, dadas as suas dimensões continentais, a colonização, a mistura de etnias e culturas, exemplifica essa pluralidade linguística latente em todo o território nacional. A proposta dessa mesa-redonda é discutir as principais implicações linguísticas ocasionadas pela situação de contato entre línguas que resulta nessa intensa diversidade.
10 de novembro de 2022 (quinta-feira)
8h às 10h – Mesas-redondas – online: acesse à PLATAFORMA DO CIDS.
Mesa 11: Cartografia de dados geolinguísticos – 10/11/2022
Universidade Federal da Bahia
Coordenadora
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal do Tocantins
Resumo: A cartografia de dados linguísticos e extralinguísticos constitui uma das principais etapas do trabalho em geolinguística. Além dos conhecimentos técnicos de design gráfico e de cartografia temática, a elaboração de cartas linguísticas requer, principalmente, conhecimentos sobre o que e como se deve representar as informações nos mapas, expertise esta que o linguista tem a partir de sua experiência na sistematização do corpus recolhido em trabalho de campo. Pensando nisso, a mesa-redonda tem por objetivo congregar experiências em cartografia, reunindo trabalhos que envolvem o uso de Sistemas de Informação geográficas (SIG) e softwares desenvolvidos para apoio à elaboração de trabalhos de graduação e pós-graduação, a exemplo do Software de Geração de Cartas Linguísticas (SGVCLin), do Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins (ALiTTETO) e do ALiBweb.
Mesa 12 – Sociolinguística: teoria e método – 10/11/2022
Universidade Federal de Sergipe/CNPq
Coordenadora
Universidade Estadual de Campinas
Universidade de São Paulo
Resumo: Esta mesa aborda questões teóricas e metodológicas relativas à variação intra e inter-indivíduos na sociolinguística, com foco no papel do indíviduo na construção de estilos e em padrões de correlação de variáveis. Novas técnicas de análise, como a adoção de modelos múltiplos de efeitos mistos, análise de concordância e de consistência entre falantes e covariação, permitem ampliar o entendimento do significado social da variação e a construção de estilos pelos falantes, assim como os padrões de variáveis na comunidade e o comportamento individual.
Mesa 13: Pesquisas toponímicas e suas interfaces com a descrição e a história da língua – 10/11/2022
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/CNPQ
Coordenadora
Maria Cândida Trindade Costa de Seabra
Universidade Federal de Minas Gerais
Università di Torino
Resumo: Esta mesa focaliza a Toponímia como área de investigação linguística pautando-se em dados sincrônicos e diacrônicos. Para tanto, abordará dados históricos e contemporâneos das toponímias brasileira e italiana com base em documentos históricos e em dados oficiais e orais. Seabra discutirá a toponímia rural presente em documentos antigos com foco na questão da variação toponímica. Rivoira, por seu turno, discutirá dados toponímicos da oralidade tomando como fonte o repertório do Atlante Toponomastico del Piemonte Montano, incluindo a comparação entre denominações oficiais e orais tradicionais e a questão da passagem do oral para a escrita. Por fim, Isquerdo, partindo da toponímia oficial de diferentes regiões brasileiras, abordará a questão da relação entre léxico regional e léxico toponímico, tomando por base casos da nomenclatura geográfica e da toponímia regional.
Mesa 14: Processamento de dados linguísticos em ambiente digital – 10/11/2022
Universidade de Brasília/Universidade Federal do Pará/CNPq
Coordenador
Université Sorbonne Paris Nord
Universidade Federal da Bahia
Resumo: A mesa redonda aqui proposta tem por objetivo apresentar e mostrar o processamento de três tipos de corpora linguística fruto de pesquisas que procuram soluções práticas automáticas ou semi-automáticas para melhor organização de banco de dados coletados por meio de pesquisas geolinguísticas modernas ou processados a partir de manuscritos antigos para o cálculo de distancias semânticas de léxicas que sofreram mudanças através do tempo. O primeiro trabalho de Fabrice Isaac apresenta soluções para as línguas clássicas tomando como exemplo palavras de um manuscrito antigo afim de facilitar o acesso ao sentido para o locutor atual. A apresentação de Daniela Barreiro Claro aborda as diferentes etapas de digitalização, organização do banco de dados relacional do projeto Atlas linguístico do Brasil para a geração semi-automática de cartas geolinguísticas e relatórios com diferentes características geolinguísticas. A apresentação de Abdelhak Razky procura mostrar os caminhos percorridos para a organização e disseminação do banco de dados geossociolinguísticos do estado do Pará em ambiente digital e de acesso livre.
Mesa 15: Pesquisa geossociolinguística em comunidades tradicionais – 10/11/2022
Universidade Federal do Pará
Coordenadora
Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Universidade de Brasília/CNPq
Resumo: O Brasil é dividido em cinco regiões e apresenta diferentes culturas e línguas. Além das diferenças regionais, pode-se encontrar registros orais que representam a cultura das diversas comunidades que o integram. Marcas regionais, sociais, geográficas e históricas constituem a identidade e as diferenças desses diferentes grupos, como afirma Le Page (1980). A fim de apresentar, discutir e problematizar essa variação e diversidade vamos apresentar resultados de pesquisas representativos de comunidades indígenas, focalizando variações e suas implicações na fala dos Zo’é; de comunidades afro-brasileiras, destacando variações e diversidade registradas nos níveis léxical, fonético e morfossintático; e da comunidade pantaneira, apontando e problematizando alguns usos apresentados recentemente na novela Pantanal.